9 de fevereiro de 2012

Servir refeições na padaria é um ótimo negócio




O hábito crescente de fazer refeições fora do lar tem ajudado as padarias a impulsionar o seu faturamento. Em 2011, as vendas do setor somaram R$ 63 bilhões, o que representa um aumento de 12% sobre o ano anterior. Longe de aumentar a compra de pãezinhos, o que o brasileiro tem feito é escolher a padaria para fazer refeições, consumir lanches, sopas, pizzas e tomar o café da manhã.

“Pouco mais da metade, 51%, do faturamento das padarias vêm do que é produzido internamente e, nesse sentido, o ‘food-service’ está puxando as vendas”, afirma Alexandre Pereira, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Panificação e Confeitaria (Abip). Cerca de 80% do lucro dos estabelecimentos vêm do que é feito na própria cozinha.

O movimento de diversificação do mix das padarias começou nos anos 90 e se intensificou na última década. Mas a Abip vê nisso um risco. “A padaria é uma indústria, não uma loja de conveniência”, diz Barbosa, dono de duas padarias em Fortaleza (CE) e uma na capital paulista. “Se a padaria perder o seu foco, de produção própria, vai se tornar mais uma loja e perder a briga para os supermercados”, afirma.

O número de padarias no país gira em torno de 64 mil. Pelos cálculos da Abip, passaram diariamente por esses pontos de venda cerca de 43 milhões de brasileiros no ano passado, o que representa um aumento de quase um milhão de consumidores em relação a 2010. Para Barbosa, não é preciso abrir mais lojas para aumentar o consumo nacional de pão, que se mantém em 30 quilos per capita ao ano, menos da metade do índice argentino, de 70 quilos per capita ao ano. “É preciso, antes de mais nada, modernizar as padarias, torná-las mais eficientes para aumentar a rentabilidade dos estabelecimentos”, diz.

O setor emprega 779 mil pessoas, das quais 21 mil foram contratadas em 2011.

Fonte: Valor Econômico

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