A Açúcar Guarani, controlada pelo grupo francês Tereos, concluiu o processo de aumento de capital da companhia, que totalizou R$ 239 milhões. Esses recursos deverão reforçar o caixa da companhia, segundo o diretor-presidente Jacyr Costa Filho.
"Os projetos de expansão do grupo foram adiados. Estamos priorizando a renovação dos canaviais e ampliação de moagem no momento", afirmou ele. Esses recursos obtidos com o aumento de capital deverão reduzir a dívida de curto prazo da companhia. O endividamento da Açúcar Guarani girava em torno de R$ 1,2 bilhão antes do grupo elevar o capital e passa agora para aproximadamente R$ 1 bilhão.
Do endividamento total da companhia, cerca de R$ 390 milhões correspondiam a dívidas de curto prazo, mas esse perfil está sendo alongado. Outros R$ 350 milhões referem-se a dívidas de longo prazo e outros R$ 500 milhões são de empréstimos contraídos com a própria Tereos (contratos mútuos). O faturamento líquido do grupo para a safra 2008/09 está previsto em torno de R$ 1,2 bilhão.
O controlador do grupo, o Tereos, exerceu a totalidade de seus direitos de preferência no aumento de capital da companhia e passa a deter 69,3% de participação na Guarani. Ao todo, o grupo fez um reforço de R$ 188,2 milhões. Os outros acionistas, que representam 27,6% restantes, colocaram o restante.
O período de subscrição de ações terminou no último dia 5 de março. O conselho de administração da companhia se reuniu ontem e ratificou o aumento de capital. Essa operação é resultado da criação, por meio de subscrição privada, de 119.421,029 novas ações ordinárias no valor de emissão de R$ 2 por ação. "Esperamos encerrar a safra 2009/10 [que se inicia em abril] entre as 25 melhores usinas em geração de caixa do país", afirmou Costa.
Com cinco usinas de açúcar e álcool em operação no Brasil e uma em Moçambique, o grupo Tereos encerrou a safra 2008/09 com uma moagem de 14,4 milhões de toneladas de cana. No próximo ciclo, a estimativa é moer 14,8 milhões de toneladas.
O grupo Tereos, formado por uma cooperativa agroindustrial com experiência na produção de açúcar e álcool a partir da beterraba, da cana e de cereais na França, pretende reforçar sua presença no Brasil, por meio de projetos de novas usinas, assim que a crise passar. (MS)
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Fonte: Valor Econômico
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