13 de setembro de 2010

Dúvidas ainda pesam sobre Pão de Açúcar

O Grupo Pão de Açúcar voltou a apanhar na bolsa, um dia após o anúncio dos detalhes da Nova Globex, que nasceu para integrar as operações da Casas Bahia. Na maior queda do Ibovespa, as ações preferenciais (PN, sem voto) classe A perderam 4,04%, a R$ 59,40.

O evento vinha sendo esperado desde a divulgação do balanço do grupo em 28 de julho, quando o mercado foi frustrado com o adiamento do anúncio das projeções com os números da Casas Bahia. Isso causou um certo desconforto entre os investidores, que já não tinham gostado dos resultados. As ações chegaram a ser negociadas na casa dos R$ 56,00, preço anterior à fusão.

Em agosto, à espera do evento, as ações subiram 7,65%. Na virada do mês, com a proximidade da data, os papéis começaram a devolver parte do ganho até o dia da reunião, que aconteceu na quinta-feira. Na ocasião, os papéis chegaram a subir 3,39%, mas fecharam com alta de 1,29%. Na sexta, os investidores não perdoaram e a ação voltou a cair.

Na sexta-feira, ações do varejista caíram mais de 4% A Itaú Corretora excluiu Pão de Açúcar da carteira recomendada, sob o argumento de que, depois da reunião, já não há fatores que possam impulsionar a ação no curto prazo. "O evento não traz motivos nem para comprar nem para vender", disse a analista Juliana Rozenbaum, em relatório, embora reconheça que a reunião trouxe esclarecimentos que reduzem o risco do papel.

Se por um lado os dados de sinergia e de margem vieram maiores do que se esperava; por outro, o capital de giro e as despesas financeiras também ficaram acima da expectativa, o que anulou os pontos positivos.

Na contramão, casas como Ativa, Fator e Deutsche Bank reiteraram suas recomendações de compra do papel. A Ativa elevou o preço-alvo de R$ 85,57 para R$ 88,12 em junho de 2011, ao incorporar as novas estimativas de sinergia com a Casas Bahia.

Em relatório, a Ativa destaca que as sinergias, que estavam previstas inicialmente em R$ 2 bilhões a valor presente, foram revistas para R$ 510 milhões a R$ 850 milhões por ano, o que pode resultar em R$ 4,4 bilhões a R$ 7,3 bilhões a valor presente.

A Fator continua com recomendação "atraente" para os papéis e preço-alvo de R$ 85,00 para dezembro. Para a corretora, a reunião foi importante para elucidar a estratégia de integração e delimitar o potencial de ganhos de sinergia com a Nova Globex. Mas a Fator esperava a abertura dos números de Casas Bahia.

Para o Deutsche, faltou detalhar as operações de comércio eletrônico e crédito ao consumidor. "Apesar de as projeções de sinergias e margens terem vindo positivas, acreditamos que o mercado vai esperar mais informações antes de se convencer de vez dos benefícios do negócio", destacou, em relatório. Com abertura desses números, o banco não descarta a hipótese de elevar seu preço-alvo para o papel em R$ 4, dos atuais R$ 78,00 para R$ 82,00.

Fonte: Valor Econômico

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