O Carrefour decidiu batizar o Atacadão de "Atacadao", sem til, na Colômbia, onde a primeira loja da rede brasileira será aberta em abril. A exportação do modelo brasileiro, conhecido como "atacarejo" por misturar atacado e varejo, faz parte de um plano ambicioso traçado pelo Carrefour para a bandeira, que foi comprada em 2007, por R$ 2,2 bilhões.
Segundo apurou o Valor, a meta é dobrar o faturamento do Atacadão para R$ 20 bilhões até 2015. Estima-se que, neste ano, as vendas da rede já se aproximem da marca de R$ 10 bilhões. Quando foi comprado, o Atacadão faturava em torno de R$ 5 bilhões.
E quem estará à frente da tarefa de levar Atacadão rumo à marca de R$ 20 bilhões será Roberto Britto, que foi nomeado como o novo diretor-geral da rede pelo Carrefour. O executivo ingressou na varejista em 2007 para dirigir a divisão de não alimentos, após deixar a presidência do Ponto Frio. O comando do Atacadão estava nas mãos de Roberto Mussnich, que já trabalhava na rede desde 2001 e conduziu todo o processo de venda da empresa. A Mussnich caberá agora a missão de exportar o Atacadão.
O Carrefour avalia que há espaço para abrir até 25 lojas do Atacadao na Colômbia, onde o grupo possui 70 lojas e detém uma participação em torno de 25% no varejo de alimentos.
O Carrefour avalia que o modelo de "atacarejo" também pode ser bem sucedido em mercados que tenham um perfil de consumo semelhante ao Brasil. As lojas nesse formato, tipicamente brasileiro, vendem mercadorias tanto em caixas para pequenos comerciantes como em frações para o consumidor final, por preços mais baixos.
O Walmart, que controla no Brasil a bandeira de "atacarejo" Maxxi, também elegeu esse formato como prioritário nos seus planos de expansão. A multinacional também avalia levar esse modelo para outros países, como a Índia.
Fontes do setor financeiro ouvidas pelo Valor disseram ser céticos sobre uma possível venda dos negócios na América Latina pelo Carrefour, que nega qualquer movimento nesse sentido.
Chama a atenção o fato de só o Walmart ter sido apontado como comprador em uma transação que atrairia, com certeza, mais interessados. A última varejista que vendeu os ativos em bloco na América Latina foi a holandesa Royal Ahold, há cinco anos. Mas o grupo estava mergulhado em dívidas. E esse não é o caso do Carrefour.
Fonte: Valor Econômico
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